Raquel Borsari

Fragmentos da pequena Alice...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Menina ou mulher?

Eis a questão! Qual a amplitude de um olhar? Quantas vidas, horas, minutos, segundos são necessários ao lado de uma pessoa para conhecê-la a ponto de definir se tú és uma mulher ou uma menina?

Na face, nos gestos todos temos um pouco da infância, juventude e maturidade. Experiências vividas, outras esperadas, são capazes de guiar nossa forma de expressão corporal, nosso posicionamento diante do público, nosso comportamento com amigos mais íntimos, amores e família. O ser humano é uma caixinha de surpresa, esconde sentimentos, angústias que somente as noites mais obscuras são capazes de aflorar os desejos mais ocultos, as sensações mais intimistas e os pensamentos mais profundos. Existem casais que vivem 5, 10, 30, tudo bem vamos ser até mais otimistas, meio século de vida juntos, mas que no fim de uma vida, no encerramento de uma passagem não se conhecem profundamente. Não pela falta de zelo, mas pela incapacidade de alguns indivíduos expressarem os seus reais sentimentos. Uma vida de mentiras? Acredito que não, um perfil de sua personalidade.

Menina ou mulher? Não há como separar ou distinguir, ora menina, outrora mulher. Em determinada fase da vida descobrimos que o passado não é algo tão distante, saudosista, pois há muito mais do antigo em nós, do que o presente que vivenciamos ou o futuro que almejamos. A maturidade vem, os desejos já não são mais os mesmos, mas mesmo nos mais inacessíveis tem sempre o olhar de uma menina que sonha em alcançá-los e uma voz suave e de ternura que bem lá no fundo alimenta o desejo da menina dizendo, você pode, siga em frente ou pare, estou com medo!

A mulher não é, se torna! Uma força interna que cresce e se desenvolve com o tempo. Mas uma mulher só é mulher quando alimenta sua sensibilidade de menina, suas vontades. Mesmo já no grau daquela que chamamos de maturidade, há sempre os passos falsos, tortos, inseguros. É a menina que te acompanha e deixa transparecer que nem sempre estamos certos, há o medo, o receio, o pecado.

A menina que há em mim é frágil, doce, insegura, que sofre ao ver o barco se afastar de seu porto. Mas a mulher que sou é forte, centrada, capaz e lutadora. Metade chora de felicidade, metade sorri da tristeza, um complexo paradoxo entre a emoção e a razão.

Menina e mulher, inseparáveis. A cada emoção ou situação elas ganham vida, aparecem ou se escondem quando ouvem o coração ou dão vazão à razão.

2 comentários:

  1. Lindo, amiga!!!
    Perfeito.

    "...uma mulher só é mulher quando alimenta sua sensibilidade de menina..."

    A menina continua ali, junto à mulher. E confesso q em meu caso esta MENINA ainda toma grande parte de minhas DECISÕES - fala mais alto!

    Entretando são os sonhos de menina, os erros de atitudes imaturas, que nos torna MULHERES FORTES, CONSCIENTES E CONVICTAS!

    BjO. Amo vc.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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