Raquel Borsari

Fragmentos da pequena Alice...

domingo, 5 de setembro de 2010

Distância

Esta é uma breve história de um homem...

No nascimento daquela menina que viria para preencher o vazio de perder a primeira filha, ao contrário de tantos pais que estariam ansiosos para acompanhar este momento, ele se fazia presente, por mais uma, de inúmeras vezes, em um bar. Ao chegar ao Hospital, caminha até ao berçário e diz: “não é minha filha....feia assim? Não quero”!

Mas ser pai não é uma questão de escolha ...o tempo passa, e de bar em bar ele continua a escrever a sua história, compartilhada com “amigos” tão supérfluos, quanto a sua atitude. Em casa, uma grande heroína toca a vida, ergue a cabeça e se esforça para dar o seu melhor, que sempre é o melhor, para o casal de filhos. E ele continua escrevendo a sua história, de uma vida sem compromisso, sem família.

Os filhos crescem. Um desentendimento interrompe as chances de um diálogo com um dos filhos. Mas a sua filha continua ali do seu lado. Hoje ele a olha e diz que se arrepende de um dia ter negado a sua existência, mesmo sob o efeito do álcool e olhando nos seus olhos diz que ela é linda! Mas mesmo se redimindo de tal fato, não percebe que o mal maior está no dar as costas, bater a porta e dar continuidade à escrita de mais um capítulo da sua história...com a superficialidade dos “amigos”, em uma mesa de bar.

Este homem de coração bom não se preocupa com a família, não é capaz de perceber que sua distância aumenta a cada final de semana, a cada novo capítulo de sua história. Talvez porque tenha a certeza que o livro não irá dar fim ao amor incondicional, mas deixa feridas que jamais irão se cicatrizar! A grande obra deste homem tem um título “distância e reticências...”, o que posso resumir em a realidade e a imaginação de que tudo poderia ser tão diferente.

Mãe, obrigada por tudo. Da minha obra você é a personagem principal. E quer saber? Acho que estamos construindo juntas uma linda história....

Para terminar...“Enquanto todo mundo espera a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência. O mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo espera de nós, um pouco mais de paciência!” A VIDA É TÃO RARA!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ausência pertinente

Estou certa de que somos parte da extensão de nossos pais, com a permissão de peculiaridades genéticas, físicas, biológicas e até mesmo fragmentos que se formam e personalizam de acordo com a vida, experiências vividas, o velho senso comum, a interferência permissível das histórias, dramas, fracassos e sucessos alheios. São tantas as interferências que nos perdemos no tempo, no descompasso da direção certa, na incerteza e conflito entre o que queremos e somos.

A presença paterna sempre foi um desejo, mas chega um determinado momento da vida que é preciso crescer, amadurecer e aceitar que nem sempre isso é possível. Apesar de tão perto, pode estar muito longe do que almejamos, um dia sonhamos, pedimos e tanto lutamos, é preciso descansar a incansável busca de um dia acreditar que mesmo não sendo, um dia poderia se tornar!


Frustração? Um pouco. Mas não há nada de tão ruim, que não possamos fazer deste fragmento despedaço um aprendizado. Interferências que se instalam e podem ser reflexões para escolhas futuras na vida. Do mau exemplo, façamos bons exemplos para as próximas gerações.

Porém, mesmo diante das dificuldades, da aceitação de que alguns homens não foram feitos para se tornarem pais, apenas uma certeza: AMOR INCONDICIONAL!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Meu labirinto...

Perder-se do tempo, no tempo! Percorrer um longo caminho, entre lacunas, faixadas, dividir-se em um caminho tortuoso, uma entrega ao plano de escolhas e renúncias.

Feche os olhos, sinta o vento...abra os braços, sinta o abraço! Permita-se e envolva-se no mais tênue caminho, um labirinto de conflitos, prazeres, desejos, fracassos e sucessos!

Abra os olhos, olhe ao redor. Perceba! Apenas perceba e reflita sobre o que significa ser e ter. Perder faz parte do jogo, encontrar o caminho certo, é a recompensa do esforço!

A melhor parte do perder é encontrar!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Desejo de um Altar Particular!

Mais um dia se foi...cancelei a produção de uma reportagem, adiei a gravação de um comercial porque me sentia assim, um pouco cansada. O dia foi corrido, manhã acelerada para pautar com conteúdo o telejornal das 11h45. A noite anterior foi de muito trabalho, organizando as notas dos meus alunos, preenchendo os dados finais. Mente cansada, talvez seja esta a explicação para a sensação de um vazio no findar da noite!

Como a busca é incessante pela perfeição, melhor adiar e cancelar dentro das possibilidades para fazer um trabalho melhor! Em casa, primeiro o computador, depois umas ligações inadiáveis, uma mensagem de conteúdo ansioso por notícias e que tal assistir a programação televisiva? Foi o que fiz e me deparei na Rede Cultura com as canções de uma compositora e cantora que adoro, Maria Gadú.

E é justamente ao som de uma melodia inspiradora que resolvi escrever. O nome da canção é ALTAR PARTICULAR! Letra perfeita...

“Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
No teu penoso altar particular
Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje eu sinto que
O tempo da cura tornou a tristeza normal”

Senti o imenso desejo de ter esta canção para mim, com extremo egoísmo de ter o pertence de letra, sentimento de amor e até mesmo o da ausência. Não é o que verdadeiramente sinto, mas desejei!

“E então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós”

Fico com o desejo de que cuidem de mim. Quando penso na solidão, percebo que em alguns momentos da minha vida este sentimento surge, mas não chega ao ato desesperador, de dor! Em meio a tantos em uma multidão, podemos nos perder no vazio do pensamento e a solidão se torna uma companheira!

“Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim
Onde ancoraste teu veleiro em flor
Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que chamo de amor”

sábado, 26 de junho de 2010

Se alguém perguntar por mim ….

Pode ser a eternidade, a imensidão, o infinito, mas também algumas semanas, dias ou horas para que tudo mude, se transforme... Ilusão e esperança unidas e separadas em frações de segundos, vitais para o ser humano!

Momentos em que cansamos, nos entregamos...não se sabe ao certo o destino, o caminho, apenas a chegada no início, metade ou fim.

Troco palavras para esconder o que verdadeiramente sinto, vazio não tem cor, aroma, apenas um sabor amargo. Apesar do sorriso, há sempre um olhar mais entristecido. Sinto que estou perdendo aos poucos uma das pessoas mais importantes da minha existência, seu sobrenome representa muito mais que um conhecimento popular para terceiros, sua presença representa uma figura paterna que sempre se fez presente e ausente em mim ao mesmo tempo.

Tempo que passa, percorre rapidamente e deixa marcas na face, pelo corpo, lembranças de um passado repleto de recordações mistas, emoções e situações diferenciadas...sinto que o envelhecer do tempo está lhe tirando aos poucos de mim, já consigo sentir o gosto da saudade, a dor da ausência, o peso desta sina que é nascer e morrer!

Assim, se alguém perguntar por mim, diga que estou por ai....por aí....tentando me esquivar desta saudade que é presente e existente. Resgatando o tempo perdido, colhendo os rastros deste caminho, tentando ao máximo viver o pouco do tempo em que temos juntos para minimizar a dor desta saudade! Estou por aí constantemente me desfazendo, refazendo, reconstruindo...

domingo, 16 de maio de 2010

Tardes e noites de domingo...

Quebrando mais uma vez o protocolo, Fragmentos de domingos tão parecidos, mas sempre provocam mudanças em minha vida.

Portas fechadas, cena típica...silêncio não permitido...ao fundo, vozes que confundem com o início do entardecer... as mesmas frases, lamentações, o mesmo roteiro de uma vida perdida, poucas vitórias e derrotas não admitidas!

No interior do quarto o roteiro também é típico, sentimento de angústia...a vida passa e repassa em seus diversos momentos em uma trilha sem fim. Um saudosismo único e inexplicável.

Ainda bem que existe o recomeçar, a segunda-feira em que o trem retoma o seu trilho com destino ao trabalho...me recomponho e volto a ser Raquel!

“Num entendi o que você falou”...

É meus amigos a vida é feita de gafes...quem nunca errou que atire a primeira pedra, mas não vale a Pedra Itaúna, viu? Todo caminho tem seus percalços, na vida existem erros e acertos...e como uma pobre mortal já passei por cada situação, vou contar algumas que ficaram marcadas nesta jornada intimista com o jornalismo. Vamos por tópicos. Que tal?

HUM? SÉRIO?

Trabalhava no jornal impresso. Missão: entrevistar a banda daquela conhecida música...O homem nasce mané, cresce mané e morre mané... mas a “mané” daquela história era a pobrezinha da Raquel que mal sabia o nome da banda, muito menos o que perguntar...fui escalada de última hora. Recepcionada no hotel, com a galera toda reunida jantando...rapazes muito cômicos, daqueles que tiram onda e onda...rs mas o tsunami se preparava para entrar em ação...daí veio a afirmação: beleza pessoal, posso tirar uma foto individual de cada um? Putsssss... Nem preciso contar o fim da história, né?!



Ah pára, vai!

Visita de um belo governador na cidade. Raquelzinha escalada para uma entrevista exclusiva..Nem queria, né?!..rs..rs no aeroporto uma sala exclusiva para a entrevista e recepção, eu e meu cinegrafista, Julinho, na sala com ar condicionado à espera do momento célebre. Papo vai, papo vem e convenhamos, jornalista fala demais...e nos bastidores até o que não se deve falar. Dona Raquel elogia o político e naquelas frases bacanas de mulheres diz...”altamente pegável. Que Beleza de homem, meu Deus!” Teria sido ótimo se a tropa de elite dos seguranças não monitorassem a sala com um gravador, não é mesmo?! É a vida! Só descobrimos depois da entrevista...


Nomes...problema crônico

Quem me conhece sabe de um defeito horroroso. Não consigo decorar os nomes das pessoas. Segredinho, em toda entrevista, seja com o prefeito que é conhecido da cidade, com aquele amigo especial, com um conhecido básico, escrevo o nome no papel. Não sei o que me dá, que no meio da entrevista simplesmente olho para o rosto da pessoa e não mais me recordo o seu nome. Preciso de tratamento eu sei...mas o legal é quando você não anota o nome. Foram tantas as situações que já cheguei a chamar um político da cidade de seu adversário maior no meio da entrevista...depois só mesmo um...Desculpa querido...e aquele sorriso amarelo para descontrair!


NÃO PÁRAAAAAAAA....

Para terminar esta seção que poderá ter muitas outras edições, afinal gafes não me faltam. Que tal você e seu cinegrafista em uma saia super justa? Há alguns anos nem tudo funcionava como esperávamos, em especial, uma câmera...também, o equipamento da era paleozóica não ajuda. Vamos para uma entrevista com um político famoso...por três vezes o equipamento parou, disse ao meu cinegrafista..se parar não fala mais nada, apenas me dê um olhar marcante. Recomeçamos...o olhar veio segundos depois...eu disse baixinho..CONTINUAAAAA...mas para que continuar se não estava gravando? Sei lá meu povo, tem horas que não dá mais, simplesmente não dá. Acabei a entrevista e quando fomos verificar não tinha era fita na câmera....Esta fica na conta do meu cinegrafista!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O importante é que emoções eu tenho vivido...

Fragmento do dia: E a câmera caiu!

No decorrer destes quase 13 anos de carreira, lembrando, ressaltando e destacando em CAPS LOCK E NEGRITO COMEÇEI COM 14 ANINHOS..rs tenho algumas boas histórias para contar. Pretendo descrevê-las sem ordem cronológica à medida que a recordação me permitir dividi-las com você. Outro ponto importante, sou péssima em datas, nomes.

Vamos ao que interessa...Na época, atuava como repórter do Super Canal, ainda em uma estrutura bem diferente da atual, poucos funcionários, equipamentos defasados. Imagine aquela M900 gigantesca, aquela fita VHS que até arrepia o corpo, mas um período de muito trabalho, o que não se difere dos tempos atuais. E lá estava eu, aventurando-me nesta emoção chamada jornalismo, atuando sem muita noção, apenas com vontade e bastante despreparo, comparando-se a visão que tenho hoje. Na equipe um grande amigo, Michel, que também se aventurava como cinegrafista, como boa parte da equipe estávamos aprendendo na prática. Ou seja, a ordem era...Pegue esta câmera, aqui fica o zoom, deste lado o controle da luz e lembre-se não entorte o ombro, senão quem está em casa vai entortar o pescoço.

Michel era simpático, alegre e determinado e demonstrava grande interesse pela profissão. Certo dia, sentados na redação, momento de muita tranquilidade até que toca o que chamaríamos hoje do Big Fone do BBB. Informação: Briga em bar termina em homicídio no bairro Santa Cruz. Hora de correr, arruma equipamento, pega o bloco, não se esqueça da caneta, chave do carro e PARTIU! Ok! Chegamos no bar, o dono falou, o moço morreu mesmo com uma facada no peito e cadê o autor? Fugiu, sem rumo, sem nos deixar sequer uma foto...E eu precisava desta foto...até que o dono bar disse, a mãe dele mora bem perto daqui, podem ir lá conversar com ela. Dito e feito, boa idéia e PARTIU novamente...

Haja coragem, toca a campanhia, a mãe atende super atenciosa, simpática e um pouco abalada, mas conformada já que o filho já tinha uma vasta passagem pela Polícia. Como de costume, “olá sou Raquel Borsari, repórter do Super Canal, estamos cobrindo o crime cometido há pouco em um bar das proximidades e temos a informação de que seu filho é o autor”. A mãe nos convidou para entrar e eu me preparando para pedir a foto...quando de repente, a mulher simplesmente surtou e começou a dizer que não aceitava isso...Michel percebeu que a foto do autor estava em um porta retrato, em uma tentativa desesperadora continuei a tentar convencer aquela senhora que simplesmente apresentou uma personalidade bipolar. BINGO! Michel conseguiu focar na foto, hora de PARTIUUUUU, afinal, mais alguns minutos e poderíamos ser atacados pela mulher descontrolada.

Quanta emoção..corre para o carro. Entro na porta do carona, Michel pega a maleta da câmera , gigante como o equipamento, arruma tudo direitinho, fecha a maleta, confere se esta devidamente trancada, entra no carro, coloca a chave, liga o veículo, passa a primeira e PLOFT...PLOFT..E PLOFT...mas que barulho poderia ser aquele em um momento tão crítico? Olhares para trás...e lá estava despedaçada uma maleta como uma M900 ao chão...Tudo bem, o equipamento era ultrapassado, antigo, ruim, mas era o que tínhamos...digo, TÍNHAMOS, pois os restos daquela pobre câmera mereciam até um enterro descente.

E agora José? Digo, e agora Michel? Eme me desce do carro, se joga no chão de lama e diz: “Vem Raquel, me ajude por favor, já tenho tudo na cabeça, no auge da matéria, caímos com a câmera, em um tombo cinematográfico e ela quebrou. Por muito pouco não nos machucamos”. É mole? Ele teve a coragem de me propor algo do tipo, delicadamente encostei a pontinha do meu salto na lama, em seguida, com as pontas do dedo sujei minha calça e com aquela cara de nojo espalhei o barro no braço.

Retornamos ao Canal. Mas frente a frente com o diretor, nossa verdade falou mais alto e contamos toda a história real. Ouvimos um sonoro TUDO BEM, ISSO ACONTECE!

Ufa! Momentos de emoção e desespero, um misto oferecido pelas aventuras do jornalismo. Logicamente, depois de tudo, rimos muito, afinal, TUDO BEM, ISSO ACONTECE! E o mais importante é que emoções eu vivi!

domingo, 14 de março de 2010

Uma nova proposta...

Fragmentos, este foi o nome que dei ao meu blog, uma forma de fazer esta composição em transformar meus sentimentos, minha vida em palavras, frases, textos fiéis e reflexo do que verdadeiro sinto. Porém, hoje estou disposta a mudar um pouco desta proposta. Até porque acredito que a “montanha russa” dos meus pensamentos e sentimentos pouco contribuem para os amigos desta jornada que dedicam alguns segundos ou minutos para lerem os meus textos. Vou deixar este labirinto para o meu íntimo e pessoal.

Sendo assim, decidi em compartilhar um pouco dos bastidores do que amo fazer, jornalismo! Nestes mais de 10 anos na prática, afinal, aos 14 já atuava...rs (sem revelações de idade, por favor!) tenho algumas histórias interessantes para contar e gostaria de eternizá-las neste meu esconderijo de fragmentos.

Algumas gafes, alguns acertos, erros, algumas histórias engraçadas, outras tristes...são muitos os momentos vividos e que merecem este espaço!

Sendo assim, meus amigos...vamos deixar o coração de lado, assim como a emoção da vida pessoal e vamos falar do que mais gosto, meu trabalho e quero a contribuição das minhas amigas jornalistas para dividirem comigo tantas emoções...rs!

Até o próximo post com Bastidores, sem perder a estética de Fragmentos!

Beijos

Excelente semana para todos nós!

sábado, 13 de março de 2010

Mas também tem dias que...

Desculpe-me pela expressão...PQP dá vontade de jogar tudo para o alto. Esta “montanha russa” enlouquece qualquer ser humano que tenta, na medida do possível, controlar os sentimentos, moderar as ações e se convencer...EU ESTOU NO CONTROLE!

Mas tem dias que isso se torna praticamente impossível, fica tudo tão confuso, extremamente sem controle..devem ser as famigeradas confusões em que nos metemos alo longo dos anos, os amores mal resolvidos, as amizades nada bem definidas.

Confesso que fica até difícil escrever sobre o assunto de tão complicado!

Vou resumir nesta linda canção...

Eu não posso fingir que eu tento esconder - Eu gosto de você
Eu gosto de você
Eu acho que eu senti meu coração saltar em uma batida
Eu estou aqui e eu mal posso respirar - Você me ganhou
Você me ganhou.
O jeito que você segura a minha mão é simplesmente tão doce
E aquele seu sorriso torto quebra as minhas pernas
Oh, eu só não consigo o suficiente
Quanto eu preciso para me encher?
Eu me sinto tão bem, isso deve ser amor

É tudo que eu tenho sonhado
Eu desisto. Eu cedo. Eu deixo ir. Vamos começar
Porque não importa o que eu faço, coração é cheio com você.
Eu não posso imaginar como seria
Vivendo a vida toda nessa vida - sem você

Uma olhada de você e eu sei que você entende
Essa bagunça em que nós estamos você sabe que é tão fora de mão

Mas a verdade é que: You got me!


Obs: Dedico este texto ao meu coração, tão confuso, incerto, despreparado...e vamos vivendo, sempre seguindo em frente!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Em compensação, tem dias que....

Tem dias que jogamos tudo para o alto e nos jogamos também!...Apenas uma forma de dizer “sem problema”, “tanto faz”, “beleza”, resumindo: OK! Tem dias que o simples acordar faz um sentindo em nossas vidas...os amigos estão mais amigos...os problemas são insignificantes.

Por isso vale a pena viver e ser feliz. Após os dias em que “somos mais ausentes, passamos o dia distantes de nós mesmos”, em seguida, vem aquele momento em que tudo está ótimo, a sensação de felicidade invade a alma.

Talvez isto apenas demonstre a verdadeira montanha russa de nossas emoções e sentimentos. Ora felizes, outrora infelizes. Quer saber? Viva com moderação, mas viva! Isso não quer dizer que os momentos ruins ou felizes serão eternos, mas passageiros. Portanto, viva intensamente suas emoções, elas servem para nos mostrar que estamos vivos, que somos feitos de carne, osso e alma!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

TEM DIAS...

Tem dias que somos mais ausentes, passamos o dia distantes de nós mesmos. A ausência provoca a incerteza, nos afasta do otimismo, concentra o vazio e se estende ao vácuo do pensamento.

Mesmo sem ter aparentes motivos, fatos reais e factuais, preciso dizer que acontece. É como uma caixinha de surpresa, no fundo do pote haverá o inusitado. Esta sensação desaparece no auge de uma cobertura mais emocionante, mas retorna quando a adrenalina vai se reduzindo aos poucos.

Ouço agora uma bossa nova, um clássico Elis e Tom. Canções que podem eternizar os bons e maus momentos que sentimos sem a previsibilidade que almejamos na vida.

Dias incertos, incertezas mais certas e constantes. Momento que vaga sem previsão de início e fim.

Tem dias que somos assim...não há o que se entender! Tem dias que não somos, apenas sentimos!

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um pouco confusa...

Aos 27 anos vejo que aprendi muito com a vida, apesar de querer sempre mais. Mas tenho a sensação de que não vou descobrir o amor. Certo dia pensei que amei ou amava...descobri que não. A experiência de alguns anos não foi suficiente para tal descoberta. Sinto o despreparo constante para amar, me entregar, deixar rolar...

Desde pequena os sonhos nunca foram o véu e grinalda em uma linda igreja ao estilo romano. Pelo contrário, sempre que fechei os olhos me via só, mas feliz, independente, profissionalmente realizada. Há anos sigo este caminho, esta luz que pode me levar a um túnel infinito.

O atual é complexo por demais. Mensagens, ligações, encontros casuais que me confundem sobre este sentimento que é chamado de amar ou até e simplesmente gostar. Tenho pessoas especiais ao meu lado, mas não sei ao certo se alguma delas me completa de verdade.

E neste obscuro caminho, vou seguindo...confusa, um pouco perdida..apenas sei que por agora... “meus melhores beijos serão seus...sinto que você é ligado a mim, sempre que estou indo, volto atrás. Mas estou entregue a ponto de estar sempre só...”

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O coração ainda bate...

Talvez por um alguém em especial, mas fundamentalmente pela vontade de viver intensamente. Aproveitar cada “frame” desta existência, suspirar, respirar, transpirar, transpor os conceitos, propor novas idéias, ir além, desejar o que está aquém, subestimar o controle, perder-se no senso comum...

Hoje houvi sábias palavras de um amigo, ele dizia: “Na vida real não há edição”. A mais pura verdade! E completou ainda...teorias nem sempre são aplicadas na prática. Perfeito! Viva a vida!

Então é isso...Good Luck! É só isso, não tem mais jeito, acabou...boa sorte! Vamos viver e deixe o coração bater por um alguém que possa vir a merecer, mas, em especial, pela vida que nos une e nos separa!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A vida tem sempre razão...

Acordo e o dia começa sorrateiramente, praticamente no mesmo ritmo. Um bom banho para começar a despertar para o dia que já nasceu, em seguida, mãos em uma xícara de café e sigo para o computador. Graças ao advento da tecnologia em pouco mais de meia hora tenho acesso às primeiras informações do que acontece no País e no mundo. Inicio alguns textos, o espelho do jornal da manhã começa a ganhar forma, mas 07h30 é preciso escolher a roupa, maquiagem leve e descer para a redação.

Ao cruzar o corredor e entrar pela porta da ilha de edição, tudo começa a ganhar uma nova forma, a cabeça começa, obrigatoriamente, a trabalhar. Do “bom dia meninas” até o “Olá, bem vindo ao Hora de Notícia” muitas frases vão rolar, pensamentos fluirão e muito batente para toda a equipe. Mas em uma terça-feira foi especial, cheguei e fui logo ver o material bruto de uma matéria realizada pela amiga Milena na tarde de segunda-feira. Um homem que mora em um local afastado, onde o sol nasce lindamente, a paz da natureza pode ser sentida a flor da pele, porém, neste cantinho existe uma dor, a alegria cedeu dando espaço para a tristeza e o sofrimento de uma família. Após uma acidente, um lavrador ficou paraplégico e há quatro anos encamado luta por um tratamento digno.

Por cerca de quinze minutos, fiquei atentamente olhando, analisando e estudando aquele material rico de ensinamentos. Apesar de toda a precariedade, a saúde fragilizada, aquele homem de pouco mais de 40 anos mantinha no rosto um sorriso e nos olhos a esperança. Além da súbita vontade de chorar e levantar da cadeira para tomar uma atitude e ver como poderíamos ajudar aquela família que tanto necessitava, um filme passou pela cabeça. Pensei...como sou fraca, impotente e mal agradecida. Por muitas vezes tenho vontade de desistir de tudo, por tantas vezes sofri por tão pouco, deixei a tristeza e angústia desesperadora guiarem meus pensamentos, roubarem meu coração por problemas tão insignificantes diante de um homem que perdeu o movimento das pernas, teve a vida brutalmente modificada e ainda sorri. Para ele, o pouco que podemos imaginar ter é uma imensidão, tem nome de FELICIDADE!

Só me restou pedi perdão a Deus pela ingratidão e pedir pela vida deste homem, que merece ser feliz! Desde então, tenho refletido um pouco mais sobre a vida, mas confesso que fiquei indignada em ver os diversos ângulos desta existência. Por que este homem tem esta vida tão sofrida? Por que? E tenho de me contentar com os sábios versos de Toquinho e Vinícius de Moraes


Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.
A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.


De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Pequeno fragmento

O vazio da noite traz à tona o sentimento de impotência...de dor, desilusão, arrependimento.
Sonhei a vida inteira chegar ao alto, mas hoje sinto o peso desta responsabilidade e sou agradecida intensamente ao que fora conquistado, pena que isto hoje me sufoca.

A falta de privacidade, os olhares alheios, os julgamentos precoces me sufocam de uma forma que tenho vontade de sair deste trilho que o trem da vida me colocou.

Preciso de ar, novas emoções, uma nova identidade, um novo caminho...preciso da distância, da falta de confiança exacerbada, do básico, do fútil. Sinto que preciso de uma cobrança mais amena da vida, de um despercebido ser, de momentos no quarto escuro e fechado para pensar e refletir sobre o que tenho feito da vida e o que desejo dela!

Oxigênio já!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Desejo...

Vamos prum lounge
Beber um vinho safra ruim
E conversar sobre a tv

Vamos pra longe
Sem se tocar os olhos vão
Se encontrar e se perder

Eu e você assim de perto dá
Pra eu me perder de vez nas tuas tintas
Me dê uma noite, um pouco da manhã
Só pra eu sacar se os olhos mudam de cor

Vamos entrar
A minha casa não é quente
Trago um vermelho pra esquentar

Vamos suar
Com o veneno da serpente
Que eu roubei pra te picar


Eu e você assim de perto dá
Pra eu me perder de vez nas tuas tintas
Me dê uma noite, um pouco da manhã
Só pra eu sacar se os olhos mudam de cor

Vamos prum lounge..


Maria Gadú...resume bem o momento!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Menina ou mulher?

Eis a questão! Qual a amplitude de um olhar? Quantas vidas, horas, minutos, segundos são necessários ao lado de uma pessoa para conhecê-la a ponto de definir se tú és uma mulher ou uma menina?

Na face, nos gestos todos temos um pouco da infância, juventude e maturidade. Experiências vividas, outras esperadas, são capazes de guiar nossa forma de expressão corporal, nosso posicionamento diante do público, nosso comportamento com amigos mais íntimos, amores e família. O ser humano é uma caixinha de surpresa, esconde sentimentos, angústias que somente as noites mais obscuras são capazes de aflorar os desejos mais ocultos, as sensações mais intimistas e os pensamentos mais profundos. Existem casais que vivem 5, 10, 30, tudo bem vamos ser até mais otimistas, meio século de vida juntos, mas que no fim de uma vida, no encerramento de uma passagem não se conhecem profundamente. Não pela falta de zelo, mas pela incapacidade de alguns indivíduos expressarem os seus reais sentimentos. Uma vida de mentiras? Acredito que não, um perfil de sua personalidade.

Menina ou mulher? Não há como separar ou distinguir, ora menina, outrora mulher. Em determinada fase da vida descobrimos que o passado não é algo tão distante, saudosista, pois há muito mais do antigo em nós, do que o presente que vivenciamos ou o futuro que almejamos. A maturidade vem, os desejos já não são mais os mesmos, mas mesmo nos mais inacessíveis tem sempre o olhar de uma menina que sonha em alcançá-los e uma voz suave e de ternura que bem lá no fundo alimenta o desejo da menina dizendo, você pode, siga em frente ou pare, estou com medo!

A mulher não é, se torna! Uma força interna que cresce e se desenvolve com o tempo. Mas uma mulher só é mulher quando alimenta sua sensibilidade de menina, suas vontades. Mesmo já no grau daquela que chamamos de maturidade, há sempre os passos falsos, tortos, inseguros. É a menina que te acompanha e deixa transparecer que nem sempre estamos certos, há o medo, o receio, o pecado.

A menina que há em mim é frágil, doce, insegura, que sofre ao ver o barco se afastar de seu porto. Mas a mulher que sou é forte, centrada, capaz e lutadora. Metade chora de felicidade, metade sorri da tristeza, um complexo paradoxo entre a emoção e a razão.

Menina e mulher, inseparáveis. A cada emoção ou situação elas ganham vida, aparecem ou se escondem quando ouvem o coração ou dão vazão à razão.