Raquel Borsari

Fragmentos da pequena Alice...

sábado, 3 de outubro de 2009

Jornalismo: Desafio que gosto muito!

Quando pequena, sobrevivendo em meio aos 10, 11 anos, vivi as fases de boa parte do início da adolescência...Da janela da sala de minha antiga casa, que me proporcionava uma paisagem bela do Santuário, exista uma árvore que sugava olhares concentrados e fixos. O balançar das folhas e vê-la crescer lentamente me inspirava a pensar no futuro, a passar horas debruçada na janela fria e elevar os pensamentos a diversos mundos e sonhos.

Certo dia, resolvi escrever sobre esta árvore que detinha meus pensamentos mais íntimos, minhas aspirações mais distantes e até mesmo, naquele momento, surreais. Lembro-me que a primeira frase para este frondoso símbolo da natureza foi... “verde e bela, livre e esvoaçante, a árvore dos meus pensamentos”. Bobinha a descrição, mas de um significado ímpar em minha vida. Os meus olhares atentos estavam no balanço das folhas provocado pelo vento e na verdade gostava de sentir esta sensação de que apesar de fixa no chão, ela poderia sentir a liberdade. De um texto para esta árvore e da sensação de liberdade comecei a pensar com mais seriedade no futuro.

“Não quero ser mais um na multidão”, este era um pensamento fixo em minha vida. Não importava se o trabalho fosse de bastidor ou à frente das câmeras, ser protagonista ou figurante. Cresci com o desejo de ser boa e referência no que fizesse, independente da profissão que ainda gerava dúvidas e conflitos ao pensamento. Até que um dia, o convite para participar de um programa de rádio. Tia Sé, foi quem teve a idéia. Resolvi encarar, sem ao menos saber o que fazer e como me comportar em uma rádio. Tinha 11 anos e prestes a fazer 12. Gostei da experiência. Depois o convite para fazer a correção de um jornal diário da cidade. Saia do colégio, naquela época integral, as 17h15 e tinha de estar no jornal às 17h45. Corria muito, mas minhas pernas não sentiam o peso, apenas a minha consciência sentia o peso da responsabilidade. Errei na gramática da primeira manchete...Dramático isso, mas possivelmente pelo nervosismo e a imaturidade em dizer “não tenho certeza, vamos mudar isso”. Mas tive uma segunda chance, trabalhei como revisora, depois pedi um espaço para fazer enquetes, em seguida sugeri...que tal fazer uma matéria? Fui preenchendo as páginas dos jornais com as minhas iniciativas e buscas pela informação. Em alguns anos me tornei editora. Cansei-me. Queria mais, queria alçar vôos mais altos. Decidi me arriscar no telejornalismo.

15 anos, chegou a idade da rebeldia. Mochila nas costas rumo a BH. Teatro, cursinho...UFMG. A idade chegando, os sonhos pipocando...havia me cansado da brincadeira, pais passando dificuldades para me sustentar...resolvi voltar. Voltei, minhas portas estavam fechadas, a direção da TV (Super Canal mesmo...) havia mudado. Pedi emprego, não me conheciam e de nada adiantaria contar a minha breve história de acertos e erros...fui para o setor de vendas. Um fracasso, é claro! Mas precisava dar a volta por cima, precisava resgatar a confiança, precisava ajudar meus pais...precisava e precisava. Foram muitas as voltas para casa com os olhos vermelhos e a súbita vontade de parar pelo trajeto e chorar pela falta de competência no setor de vendas e o coração sedento pelo jornalismo. Tomei coragem e pedi a direção para fazer um programa...Canal Mix...depois TV Shop. Bons tempos. Em paralelo a faculdade e a certeza: Jornalismo, desafio que gosto muito!

E a vida foi ganhado forma, fui entendo melhor este mundo de extrema responsabilidade que é o jornalismo. Aprendendo, aprendendo, acertando, errando, mas em todas as fases, em todas as matérias, em todos os livros tinham sempre um capítulo a parte em minha vida...Fim de faculdade, um ano após afastei-me novamente. Volto no tempo e não consigo me lembrar o porquê.. Inicie uma das vertentes da profissão, admiráveis, a assessoria. Assumi a função na área de tecnologia. Completamente desafiante, inesperado. Mas um dia, uma ligação completamente inusitada começou a colocar nos trilhos o trem da minha vida profissional. Era meu atual diretor, Fred, a quem chamo carinhosamente de Chefitio pelo respeito e admiração imensuráveis que tenho por ele. Do outro lado da linha ele disse: “Oi Raquel, sei que você está muito atarefada. Mas queria lhe fazer um pedido...tem condições de você apresentar o telejornal da minha emissora? Pensei direitinho, com carinho e depois me retorne”. Como pode uma ligação ser capaz de girar a vida, não é mesmo?! Pensei, sorri e aceitei. Confesso, que agora sim vivo plenamente esta profissão de jornalista que encaro com total seriedade e responsabilidade. Minha vida e minha felicidade estão estritamente atreladas a esta escolha, a este destino, a esta ligação.

Agora tenho uma nova família, novos amigos, nova vida, profissão prazer, desafios diários e instigantes. Sinto que corre em minha veia uma felicidade e realização que denomino como Jornalismo, este desafio que gosto muito!

3 comentários:

  1. Poxa, amiga...
    Te conheço e n sabia de sua história difícil para chegar onde chegou...
    Acho q é por isso q vc me insentiva tanto, né?!
    Na verdade, a diferença é q no meu caso as portas estão abertas e, muitas vezes, falta a entrega... A 'OUSADIA' - n é isso q vc sempre me diz? rs...
    PARABÉNS... VC É UMA VITORIOSA E MERECE TODO SUCESSO DO MUNDO... pq sempre foi muito dedicada, esforçada e TALENTOSA...
    Te adoro...
    Bjs...
    E o blog tá lindíssimo...

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  2. Carol disse TUDO! Você merece estar exatamente onde está! Parabéns pela força de sempre e por nos incentivar.

    Bjo! ♥

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  3. Poia, vc ainda n está nem na metade de onde sua competência irá te levar. Admmiro-te.

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